18 de março de 2010

O dia de São José, tem natureza agrária e, no Nordeste do Brasil, estão intimamente ligadas à colheita do milho, plantado em 19 de março, sendo o Santo o anfitrião dos festejos juninos.
Sendo responsável pela benção do plantio do milho, São José aparece como a primeira presença religiosa do ciclo: é o protetor dos lares, das famílias e da agricultura. Na cultura popular, se chove no dia de São José, o inverno é certo.
De domínio público, são conhecidos no nordeste brasileiro, versos e canções em homenagem ao santo comemorado no início do plantio.



Existem várias lendas indígenas sobre a origem do milho. Segundo Clemente Brandengurger citado por Cascudo (1954), os índios parecis contam o seguinte:


Um grande chefe indígena, sentindo que ia morrer, chamou o seu filho, Kaleitôe, e ordenou-lhe que o enterrasse no meio da roça, logo que falecesse. Avisou, também, que, após três dias da inumação, brotaria uma planta de sua sepultura, e ela daria muitas sementes. O chefe pediu-lhe que não as comesse: deveria guardar as sementes para replantar. E, caso atendesse ao seu pedido, todos os índios ganhariam um recurso muito precioso. Kaleitôe seguiu o conselho do pai e foi, assim, que o milho apareceu entre eles.


Há uma outra versão dessa lenda, contada pelos indígenas, segundo Pe. Carlos Teschauer citado por Cascudo, 1954:


A lenda guarani da origem do milho (zea mays) também envolve o sacrifício humano. Dois guerreiros procuravam inutilmente caça e pesca e desanimavam de encontrar alimento para a família, quando apareceu um enviado de Nhandeiara (o grande espírito) dizendo ser a luta entre os indígenas a solução única. O vencido seria sepultado ali mesmo, e de sua sepultura nasceria uma planta, que alimentaria a todos, dando de comer e beber. Lutaram os dois e sucumbiu Avati. De sua cova nasceu o milho, avati abati, no idioma tupi.


Os guaranis chamam o milho de Avaty, em homenagem ao índio sacrificado, e jamais esquecem que o cereal provém do sacrifício de um amigo muito fiel. A fartura das colheitas, de acordo com os indígenas, garante a sobrevivência dos seres humanos e de muitos animais, significando vida, fertilidade e riqueza. Em tempos pré-colombianos, tudo isso era representado através de templos suntuosos, cidades magníficas, e pelas imagens de vários deuses, que simbolizavam a abundância de bens.
 Fonte: VAINSENCHER, Semira Adler. Milho. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>.

Um comentário:

  1. Abençoada alma, aquela que ante os desvalores...
    Semeia a Cultura e as Origens!


    Beijos, Irmã

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