28 de março de 2014

MÁSCARA


A máscara está sempre a sorrir
Aquele riso estático
De quem da vida não sabe
Sentir a felicidade.

Como sorrir o sorriso
Que pulsa no corpo contente
Correndo ligeiro ao vento
Caindo ao chão sem lamento?

Recorta a face em ângulos
Para que se faça alegre
Aos que olham de relance
A máscara uma lágrima verte.

Eleonora

1 de outubro de 2012


27 de março de 2014

CIRCULO MÁGICO








No círculo feito sobre a areia
De seixos lisos do rio tirados
Acende o fogo da lenha grossa
Se preparando para a magia.
O manto negro no corpo nu
Acaricia a pele macia
Cabelos longos soltos ao vento
Já se prepara para o encantamento.
No caldeirão sobre a fogueira
Nadam as ervas, ebulição
Sobe o aroma que invade o espaço
Realizando sua missão.
Feitiço pronto entregue à Deusa
Girando nas 4 estações
A cada uma, Elemental
Vem em auxílio com compaixão.
Um uivo forte já anuncia
Chegou a hora do nó marcado
Ser pela lua iluminado
Para livrar de todo o mal.
Em reverência agradece
Incorporando o voo alto
Recolhe as garras tão afiadas
Segue o destino, encontra o fim.

Eleonora


26 de março de 2014

ESPANTO



Me espanta a indiferença
A palavras que falam da essência
Parecendo não merecedoras
De preciosa atenção.
Me espanta o descaso
Com a dor e luta do outro
Que se posta na vida só
Enfrentando o desamparo.
Me espanta o egocentrismo
Que enevoa a visão
Afastando a compreensão
Da alma em questão.
Me espanta o silêncio
Na conversa trivial
Como se inexistente
A realidade presente.
Me espanta a frieza
Permeando o pensamento
Rígido, unilateral
Desconectado de sentimento.
Me espanta a perplexidade
De quem no outro vê espelho
Mostrando-se incapaz
De outra imagem ver.
Me espanta o espanto
De quem alguém espantou
Quando sem a sua máscara
Ao outro se revelou.
Eleonora

4 de setembro de 2012