4 de abril de 2010

Uma imagem da Semana Santa


A semana anterior à morte:
Uma imagem da Semana Santa
Na vida de Jesus Cristo, a Semana Santa é um resumo e uma concentração dos três anos de sua atuação. A observação de biografias de muitas pessoas me levaram a traçar um paralelismo com a vida de Cristo: nelas também se encontra como que um resumo de suas biografias na última semana antes da morte. Trata-se aqui de observações sutis, nem sempre palpáveis fisicamente. A Semana Santa, por exemplo, é marcada pela qualidade das diversas forças planetárias ao longo dos dias da semana; isso é válido também para a “Semana Santa” de muitas pessoas moribundas.
Emil Bock caracterizou de forma maravilhosa, em seu livro “Os três anos” da vida de Cristo, a Semana Santa em relação às forças planetárias. Para penetrar no tema, daremos aqui um pequeno resumo:
·       No domingo de Ramos – o dia do velho Sol -   Cristo, montado num jumento, é recebido como “rei”. Ele é recebido com o Hosana do povo, que está à beira da estrada enfeitada com os ramos da palmeira (símbolo do Sol) e, por causa de seu estado de êxtase, ainda consegue reconhecer o brilho do ser crístico. Cristo, porém, já sabe o que o espera; mas quer penetrar mais profundamente na consciência das pessoas e se vê à mercê do enlevo e do êxtase do povo.
·       Na segunda-feira – o dia das deusas da Lua – aparecem repetições e espelhamentos; Jesus Cristo passa por Betânia, o local onde a antiga clarividência é exercitada debaixo de uma figueira, e faz com que a figueira resseque; isso acontece como imagem para aquilo pelo qual a humanidade deveria lutar. Ela precisa transformar a antiga clarividência numa nova forma de autoconhecimento, para chegar interiormente a uma nova habilidade de percepção espiritual. Na segunda-feira à noite, os comerciantes são expulsos do templo.
·       Na terça-feira – dia de Marte, relacionado com luta, coragem e autenticidade – há combates com palavras; Cristo assume sua posição, os inimigos são ensinados e repreendidos. Depois das perguntas e respostas à noite, Cristo e seus discípulos se recolhem para o Monte das Oliveiras. Segue o discurso apocalíptico no Monte das Oliveiras, em que é dada uma grande visão para o futuro: a humanidade pode preparar-se para a volta do Cristo no corpo etérico. Coragem, visões do futuro, metas da humanidade são os dons de Marte: a maior luta acontece no interior;  a linha de demarcação fica entre o medo e a coragem, mediante a qual podemos aprender a situar-nos corretamente no mundo.
·       Na Quarta-feira Santa – dia de Mercúrio – ocorre um encontro na casa de Marta, Maria Madalena e Lázaro. Os três irmãos prepararam uma refeição para Cristo. Maria Madalena unta os pés de Cristo e os seca com seus cabelos; essa é uma ação de amor, em que a cura de sua alma inquieta fica visível; Judas fica irritado com essa atitude, achando que ela estaria desperdiçando o dinheiro que poderia ser dado aos pobres. Ambos são almas mercuriais: Maria superou os lados negativos de Mercúrio e os transformou em amor, enquanto em Judas surgem sentimentos de ódio, por causa de sua inquietude. Todas as curas, e especialmente aquelas que foram realizadas em diferentes momentos nos três irmãos Maria, Marta e Lázaro, têm a ver com Mercúrio. O despertar de Lázaro foi uma cura do espírito, Maria Madalena vivenciou a cura da alma e Marta foi curada num momento mais anterior, de hemorragia. Processos mercuriais sanadores sempre são ligados a encontros e também ao fato de o elemento acumulado voltar a fluir mediante o contato social com as pessoas.
·       A Quinta-feira Santa é o dia de Júpiter; realiza-se a Santa Ceia – Pessach – que une Cristo e os doze discípulos. Cristo ensina a humildade e a ação sacrificial de amor ao tipo jupiteriano, que é sábio, porém às vezes arrogante; ele realiza o lava-pés e diz: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amo.” Depois lhes dá pão e vinho, o novo sacramento. O sangue do cordeiro não precisa mais ser sacrificado; o próprio Cristo se torna o cordeiro do sacrifício. Ele é traído por Judas com um beijo; Pedro nega-o três vezes.
·       Na Sexta-feira Santa Cristo é preso, levado a julgamento, torturado, flagelado, coroado com espinhos e levado para o Gólgota. Ele suportou todos os sofrimentos e carregou seu corpo até a crucificação, para mostrar ao homem que a vida não termina com a morte, mas que a  morte é somente uma passagem de um limiar: “Em Cristo, a morte torna-se vida.”
Por amor, Cristo morreu pelos homens; ele foi homem até sua morte, e com isso pôde fazer o grande sacrifício de amor à humanidade; é o sacrifício de amor típico de Vênus. O sangue penetra na terra e tudo escurece.
·       Na manhã do sábado – o dia de Saturno -, eles o deitam no túmulo e as pessoas ficam em silêncio. É o Saturno calado, sério, que se manifesta. A terra recebe o sangue e o corpo de Jesus Cristo. A Terra concebe uma nova luz; ela recebeu o Sol de Cristo.
·       No Domingo de Páscoa ocorre a ressurreição. Para muitos doentes, é uma grande ajuda contemplar o quadro da Ressurreição do Altar de Isenheim, de Matthias Grünewald, em Colmar. Em tempos antigos, muitos doentes foram levados até esse altar para ser curados.

Trecho retirado do livro “A VIDA NÃO TERMINA AOS SESSENTA: PODEMOS, ENFIM, SER...
... LIVRES NA TERCEIRA IDADE!”

A autora, Gudrun Burkhard, nasceu de pais alemães em 1929, no Brasil e formou-se em Medicina. Veio a ser mais tarde, como médica antroposófica, co-fundadora da Clínica Tobias,  em São Paulo.

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