O que sei eu de amores, ou de cores, dolores,
se já não faço a vida dar seus passos
como pingos de chuva a escorrer
em varandas sombreadas por bambus.
Se não corro com vigor a um encontro
com palavras de surpresa e encantos
a espera de um prazer tão só instante
que me fale com um ardor pulsante.
Se agora paro quieta sobre montes
contemplando nuvens soltas, esvoaçantes
para ao sol poder morrer em um só ponto
feito tintas derramadas entre vincos
de uma tela que teima em permanecer em branco.
Eleonora Fonseca, 12 de novembro de 2014
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