30 de abril de 2013

A Roda do Ano Celta - Samhain ou Beltane?





A concepção de tempo dos pagãos (O termo pagão significa: povo dos bosques), principalmente a dos Celtas era um tanto quanto diferente da atual. O tempo era para eles, não linear, mas circular, cíclico; há também o calendário, que era para eles lunar, enquanto que o nosso é um calendário solar.
Originários da tradição celta, os sabbaths ocorrem oito vezes ao ano, ou seja, duas vezes a cada estação. Nessas ocasiões, são homenageadas duas divindades: a Grande Mãe, ou simplesmente a “Deusa”, que simboliza a própria terra, e o Deus Cornífero, O Gamo Rei, protetor dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem.
Quando os raios do sol diminuem sua intensidade ao cair da tarde é o momento de nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer.
Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia.
O Deus, que também descansa durante a escuridão, se prepara para um novo nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer.
Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer fazem do dia e da noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e feminino. É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a Natureza possa se manter equilibrada. Da mesma maneira, como a imagem refletida é o complemento da imagem projetada, homens e mulheres precisam estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa refletir em momentos de intensa união e perfeição.
Esses momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia, se tornam de extrema importância para magias. Da mesma forma, os momentos entre cada um desses pontos também se tornam importantes. Em um suposto tempo linear: os quatro momentos principais seriam: 6h, meia noite, 6h e meio dia; e os secundários: 9h, 3h, 9h, e 3h.
Sabendo que o universo é perfeito e que tudo que há no macrocosmos tem seu correspondente no microcosmos, muitas vezes é preciso entender o micro para alcançarmos e sentirmos a importância do macro. Para muitas pessoas fica mais fácil compreender o universo através de pequenos momentos do dia-a-dia para se ter uma real noção da extensão dos grandes momentos.
Como podemos ver existem quatro momentos do dia (24h) que são pontos vitais, e há quatro pontos secundários que são pontos de equilíbrio. No processo de imagem refletida para imagem projetada, temos no ano (365 dias) quatro momentos vitais: o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto, sétimo e décimo meses – dias que caem na divisão exata do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos. Temos, também, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios. Assim nossa roda do ano esta formada e em eterna harmonia com o universo.
Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham seu calendário baseado nesses oito momentos do ano, quando reuniam-se em clareiras e templos para festejar ritualisticamente essas oito datas.


Samhain ou Beltane



Samhain - O Fim e o Início de um Ano Novo para os Celtas
(31 de Outubro - Hemisfério Norte) e (30 de Abril - Hemisfério Sul)

Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, Samhain (pronuncia-se SOUEN) marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram.
... E o ano chega ao final! Nossos últimos alimentos são colhidos após o equinócio de outono, marcando o início dos meses em que viveremos com o que conseguimos estocar. Os alimentos fornecidos pela Grande Deusa devem agora alimentar seus filhos famintos e nutrir o Deus em sua caminhada pelo "outro mundo". O raio do trovão que atingiu o carvalho e fecundou a terra é a promessa do retorno do Deus através daquela que um dia foi sua amante, mas que agora será sua mãe: a Deusa. E assim o ciclo de vida, morte e renascimento volta a estabelecer o equilíbrio a Roda do Ano.
O "Outro Mundo" celta, também conhecido como o Abismo, é um lugar entre os Mundos; uma mistura de paraíso e atormentações. É o lugar no qual todos buscamos respostas para nossas perguntas mais íntimas, onde a fantasia se mistura à realidade e o consciente ao inconsciente. O Abismo é o local onde os heróis são levados para que possam confrontar seus maiores inimigos: seus próprios fantasmas. Somente vencendo esses fantasmas, que nada mais são que seus medos, preconceitos e angústias, eles poderão retornar como verdadeiros heróis.
Esta é a simbologia do Santo Graal; uma busca interior de algo que queremos erroneamente materializar neste mundo. Somente os cavaleiros que ousarem atravessar os portais do "Outro Mundo" e vencerem a si próprios serão contemplados com a plenitude do Graal.
Durante esta noite o véu que separa esses dois mundos está o mais fino possível, permitindo que espíritos do Outro Mundo atravessem o portal sem grandes dificuldades.
Por isso, a Noite dos Ancestrais é um momento de nos lembrarmos daqueles que se foram e habitam o Outro Mundo. É hora de honrarmos as pessoas que um dia amamos, deixando que elas nos visitem e comemorem conosco esse momento tão especial da Roda do Ano.
Samhain é o festival da morte e da alegria pela certeza do renascimento. O Deus morreu, e a Deusa, trazendo no ventre o seu amado, recolhe-se ao Mundo das Sombras para esperar o seu renascimento. Comemora-se aqui a ligação com os antepassados, com aqueles que já partiram e que um dia, como a natureza, renascerão. Os cristãos transformaram essa data no "Dia de Todos os Santos" e no "Dia de Finados", numa alusão supersticiosa a essa ligação.
É uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces. A cor do sabbat é o negro, sendo o Altar adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O vinho é substituído pela sidra ou pelo sumo de maçã. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no Caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza!
A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita de evolução.

Beltane – A Fogueira de Belenos – Casamento do Deus e da Deusa
(01 de Maio - Hemisfério Norte) e (31 de Outubro ou 01 de Novembro - Hemisfério Sul)



Pronuncia-se Bioltuin (Be-All-Twin) É o festival do casamento entre o Deus e a Deusa, a Rainha de Maio, a Virgem.
Por ser uma data de cunho profundamente sensual, foi talvez uma das mais sincretizadas pela cristandade. Assim, as fogueiras de Beltane e o Maypole (mastro adornado com as fitas coloridas trançadas) tornaram-se as fogueiras e mastros das festas dos santos "casamenteiros" cristãos, bem como o mês de Maio foi consagrado à Virgem Maria e tido como benévolo aos casamentos. Na tradição antiga as pessoas não se casavam durante o Beltane, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.
BELTANE, em 01 de Novembro aqui no hemisfério sul, mas em 1o. de Maio nos países nórdicos berços do culto, representa a entrada do jovem Deus para a idade adulta. Incitados pelas energias da Natureza, pela força das sementes e flores que desabrocham, a Deusa e o Deus apaixonam-se. Nesta data são celebrados rituais de fertilidade e imensas fogueiras são acesas. As fogueiras de Beltane simbolizam o calor da paixão e a intensidade da interação entre a Deusa e o Deus, e a crescente fecundidade da Terra.
Belenos é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função.
Uma das mais belas tradições de Beltane é o MAYPOLE, ou MASTRO DE FITAS. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses.

As Fogueiras de Beltane



Beltane era uma celebração feita pelos povos antigos na chegada de uma estação do ano (outono).

Essa celebração era feita em volta de uma fogueira onde as pessoas adoravam a deusa se dando em prol dela.

As mulheres se davam livremente aos homens numa espécie de transe.

Esse ritual carnal e profano (para os olhos dos cristãos) indicava a chegada das colheitas e a fertilização dos solos.

Foi numa dessas celebrações que Arthur fora feito Rei junto aos povos antigos e jurou fidelidade às crenças e aos ritos.

Beltane não era uma ritualização simples, ela era feita em adoração à Deusa, com muita festividade e alegria.

Os filhos provindos desse tipo de ritual eram como enviados da Deusa e seguiam a religião como "futuros sacerdotes", visto que eles eram gerados do encontro dos Deuses.
O fato de se ter sexo livre e explícito num ritual como este não soa pejorativamente, as relações nessas celebrações não eram vistas no meio pessoal como um mero "fazer amor", era uma doação à Deusa e isso custava aos seus seguidores o rompimento (naquele momento) dos vínculos matrimôniais e alguns valores naturais dos homens.
Beltane (ou Beltaine) é também uma celebração comum aos seguidores da Wicca (bruxaria). 

29 de abril de 2013

Nanã Buruquê


 Prece à Nanã Buruquê

Mãe protetora de todos nós.  Senhora das águas opulentas.  Deusa das chuvas benévolas.  Deixa cair sobre nós a chuva divina da tua bondade fecunda e infinita.  Salubá Nanã Buruquê! Purifica com tuas forças nossa atmosfera para que possamos ser envolvidos pelos teus olhos maravilhosos.  Salubá Nanã Buruquê! Salubá!




Origem
Não se sabe determinar sua origem, assim como Deus (Zambi) continua sendo o grande mistério para o homem como explicar o inexplicável. É possivel explicar o efeito porque a causa vem de uma visão espiritualista, cuja a essência vem nesta grande energia e com uma forte vibração capaz de mover tudo que no mundo existe, e Deus faz-se presente onipotenteonipresente  e onisciente em relação ao Universo que ele próprio criou.
E Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de Deus, sendo portanto também sua criação simultânea a da criação do mundo.
    • Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
    • Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
    • Movimento adquire Estrutura.
    • Movimento e Estrutura surgiu a criação O Homem.
Portanto, Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da morte, passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca. Tudo faz parte do Poder Divino.
Nanã é a primeira e a mais antiga de todos os Orixás, menos de Oxalá (Jesus Cristo), que veio antes. Ela exerce a missão de mãe dos OrixásZambi é oPai dos Orixás e dos Espíritos que Nanã Buruquê dirige.
Lenda

Nanã é um Orixá feminino de origem daomeana. Segundo as lendas, é a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Obaluayê (Omulu), Oxumarê e Irôko, este último não cultuado na Umbanda.
Este grande Orixá, padroeiro da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas. Nanã, a mais velha Mãe-d'água, Orixá mãe e avó é protetora dos homens e criaturas idosas.
No culto anterior à chegada de orixás iorubanos`a região da atual Nigéria, teria Nanã um posto hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo de Olurum (Zâmbi angolano). Nos cultos afro-brasileiros, Nanã é apresentada como Orixá indiscutivelmente feminino e associada sempre à maternidade. É por isso, a mais velha divindade das águas, tendo associações tanto com a vida, como com a morte ou com posição reservada aos velhos em qualquer sociedade.
O elemento primordial de Nanã é a lama, o lodo do fundo dos rios e dos mares. É por extensão o Orixá dos pântanos, o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia (água) e o que foi libertado por mando de Zâmbi (a terra), sendo portanto sua criação simultânea à da criação do mundo.

Características

Os filhos de Nanã são calmos e benevolentes, agindo sempre com dignidade e gentileza. São pessoas lentas no exercício de seus afazeres, julgando haver tempo para tudo, como se o dia fosse durar uma eternidade. Muito afeiçoadas às crianças, educam-nas com ternura e excesso de mansidão, possuindo tendência a se comportar com a indulgência das avós. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça, com segurança e majestade.
 
Saudação: "Saluba"
Cores: branco e o azul ; lilás na Umbanda
Sincretismo: Nossa Senhora Santana - 26 de julho
Dia da Semana: seu dia da semana é o mesmo do que Obaluayê, ou seja, 2ª. feira, sendo que alguns consideram ser Sábado, junto com Iemanjá e Oxum, Orixás das águas.


28 de abril de 2013

RITUAL





No círculo feito sobre a areia
De seixos lisos do rio tirados
Acende o fogo da lenha grossa
Se preparando para a magia.
O manto negro no corpo nu
Acaricia a pele macia
Cabelos longos soltos ao vento
Já se prepara para o encantamento.
No caldeirão sobre a fogueira
Nadam as ervas, ebulição
Sobe o aroma que invade o espaço
Realizando sua missão.
Feitiço pronto entregue à Deusa
Girando nas 4 estações
A cada uma, Elemental
Vem em auxílio com compaixão.
Um uivo forte já anuncia
Chegou a hora do nó marcado
Ser pela lua iluminado
Para livrar de todo o mal.
Em reverência agradece
Incorporando o voo alto
Recolhe as garras tão afiadas
Segue o destino, encontra o fim.

Eleonora





SOU NOTURNA





Sou noturna, sou coruja
A piar em seus ouvidos
Sussurrando novas fórmulas
Para o seu viver feliz.

Meu olhar lhe atravessa
Tentando lhe enviar
Em raios de luz dourada
A minha sabedoria.

Me escute, me veja, me sinta
Entregue-se ao meu chamado
Viaje sobre minhas penas
Neste voo inesperado

Eleonora

27 de abril de 2013

LUA CHEIA





É noite, é lua cheia
o frio se acerca de mim
saudade arrepia os pelos
e o olhar se perde no fim.
Um copo nevado de sonhos
que mostram um filme a surgir
em traços de uma negra barba
toda riscada de prata.
As sombras descem trazidas
por nuvens pesadas de chumbo
anunciam as lágrimas do céu que caem
que clamam chorando por ti.

VOCÊ


Você que me despertou
o sorriso sempre presente
você que me libertou
de um passado doente.
você que me faz tão leve
com seu olhar sedutor
você que me oferta e serve
seu carinho encantador.




Você que toca a alma
com dedos de pensamentos
desperta em mim a calma
na espera do sentimento.
você que me enlaça forte
com braços etéricos de luz
me salva, liberta da morte
e ao céu você me conduz.
Você tão perto de mim se encontra,
que sinto no ar sua presença.
Você tão longe de mim se apronta,
para a hora que a mim pertença.
você sorriso em teia
que já me prende inteira.
Não tardes,
se achegue ligeiro,
é hora, enfim da verdade.

16 de abril de 2013

Sobre bruxas e vassouras, De RUBEM ALVES





As bruxas foram invenção da Inquisição. Para justificar a sua queima, diziam que eram adoradoras do demônio. 

NUNCA ENTENDI AS RAZÕES por que as bruxas usavam vassouras como seu meio de transporte. Pelo que sei, as bruxas são entidades dotadas de grande poder, e não há razões para que saiam pelos céus exibindo a sua indigência, usando esse objeto sujo como se fosse um disco voador. Eu preferiria, para seguir as histórias das mil e uma noites, que elas viajassem num tapete persa mágico ou que cavalgassem um macio dragão soltando fogo pelas ventas.

Mas todas as coisas, mesmo as mais estranhas, têm as suas razões. Aprendi que é fato comprovado: as bruxas viajavam por terras maravilhosas e desconhecidas tendo uma vassoura no meio das pernas.

Aconteceu assim...

Ia eu numa das minhas caminhadas matutinas pela fazenda Santa Elisa quando me vi diante de uma árvore cheia das flores brancas vulgarmente chamadas trombetas, pendentes dos galhos como pequenos lustres. Essa flor, eu a conheço desde a minha infância. Elas são grandes, lindas e perigosas. Sua brancura esconde poderes alucinógenos incomparáveis. Podem ser letais. Sei de um pesquisador sóbrio que só de manipular essa flor no laboratório ficou doidão.




Comentei esse fato com o cientista que me acompanhava, e ele me informou que, segundo informações da internet, há uma curiosa relação entre essa flor, nome científico datura suaveolens, e a lenda das bruxas que voam montadas em vassouras. Quem quiser que entre no Google: +datura+witch.

As bruxas foram uma invenção da Inquisição. Para justificar a sua queima nas fogueiras pela glória de Deus, diziam que eram adoradoras do demônio. E mais, que até transavam com o dito. Na verdade, as mulheres que a Inquisição amaldiçoou com o nome de bruxas eram sacerdotisas de uma antiquíssima religião matriarcal anterior ao cristianismo baseada na Terra, no ciclo dos astros, no tempo e nas plantas e animais. Faziam, com frequência, uso de plantas psicoativas em busca de sabedoria e de experiências com o sagrado.

Uma das poções alucinógenas usadas por elas tinha o nome de "unguento voador", feita com uma mistura de ervas, uma delas sendo a trombeta ou datura, que era também conhecida como "o suco da alegria". A datura, misturada com várias outras ervas, era fervida em óleo, provavelmente num caldeirão, e depois bebida num ritual. Aquelas que a tomavam tinham alucinações, delírios e amnésia. A experiência devia ser boa -caso contrário teria sido abandonada.

Aconteceu, entretanto, que em decorrência dos seus perigos, as sacerdotisas trataram de inventar uma versão mais suave e segura. Ao invés de beber a poção, imaginaram esfregá-la em mucosas sensíveis. Assim, fazia-se a poção mágica mexendo a beberagem com uma vassourinha de pelos macios. A vassourinha de pelos macios era então usada para umedecer as mucosas das regiões entre as pernas, genitais. Assim, vinham-lhes deliciosas alucinações, e elas voavam, montadas na vassourinha...

Está assim explicada a lenda das bruxas montadas nas vassouras. Mas bruxa velha, com nariz adunco e comprido, chapéu preto e pontudo, isso é invenção de padre. Acho que as sacerdotisas podiam até ser muito bonitas...



Texto postado no facebook por meu amigo Afonso Celso.

11 de abril de 2013

Meu ponto de vista sobre os 50 Tons...



Há algum tempo atrás prometi à minha amiga  Dinilce Fernandes  ler e comentar, sobre o “grande sucesso” Os 50 Tons...
Ela expôs uma opinião que não foi aceita por alguns; resolvi conferir.
Confesso, não foi nada fácil concluir a leitura de 3 volumes de mesma coisa; em ½ volume a autora poderia ter se colocado.
Não vou falar (escrever) sobre a qualidade literária da obra, inúmeros críticos já se posicionaram a respeito com melhor conhecimento que eu.
Sou adepta da liberdade de expressão, seja de qualidade ou não, independente de seu conteúdo.
Mas a minha reflexão será sobre o leitor dos 50 Tons, basicamente mulheres, de todas as faixas etárias.
Fiquei assustada!!!!
Sério, para não dizer em pânico.
Muitos podem pensar, por conta de minha idade – 60 anos – que meu foco seria o erotismo ou a prática sexual sado-masoquista. Não mesmo. Não sou puritana e também considero que todos devem ser livres quanto a suas escolhas sexuais, até para se tornarem vouyers.
O que me preocupa é o MODELO DE RELAÇÃO proposto pela autora que levou tantas mulheres a suspirarem por Christian Grey.
Depois de tantos anos de lutas, de batalhas, não sem sofrimento, para termos – nós mulheres – o direito de escolha, o direito à liberdade de expressão, o direito à nossa individualidade e identidade para podermos imprimir nossa marca no mundo, o que a mulher contemporânea quer?????
É aterrador!!!!!
Querem o Príncipe Encantado?
Querem o homem rico e poderoso?
Querem o homem que vai decidir por elas?
Querem o homem que as vai subjugar na vida, enquanto seres humanos que deveriam ser independentes e livres???
Esta é a questão!!!!
O que está acontecendo com a mulher do século 21?
Quem é esta mulher que destrói mais de 200 anos de luta?
A maioria se fixa no “suposto” romantismo, no “suposto” amor, na intensidade da sexualidade.
O problema, efetivamente, é o retorno da dominação, e o pior, suspirada e ansiada pela própria mulher.
Esta é a minha preocupação: por onde andam os valores femininos?
REFLITAM!!!!